Monday, November 4, 2019

Debates em direto da AR: uma oportunidade perdida

A Observador esteve em direto, na semana passada, do Parlamento para transmitir a apresentação do programa de governo.
Até aí tudo bem, para uma rádio de informação.
O problema é que a Observador fez estas emissões tal como a TSF e a Antena 1 sempre as fizeram e continuam a fazer.
Mais do mesmo, na minha opinião.
Estamos a falar de diretos quase sem mediação jornalística, sem contextualização, pouco radiofónicos, no sentido em que há sempre mais gente a entrar e a sair da emissão do que aqueles que ficam duas ou três horas seguidas a ouvir.
Falo numa oportunidade perdida no sentido em que a Observador poderia 'beneficiar' do que a concorrência faz... para fazer diferente; deixá-los com essas emissões 'pesadas' e apostar numa intervenção mais jornalística, com mais debate, com mais contexto, com avaliação em tempo real do que é dito.
(no fundo é como fazer um relato de futebol só com o relatador, durante 90 minutos, ou ter, além do relatador, pelo menos um comentador, mais um para arbitragem e ainda e um repórter de pista; são emissões mais ricas, mais vivas, mais interessantes)

Wednesday, October 16, 2019

O que significa a Observador ter 1% de audiência?

Desconheço os objetivos de audiência dos responsáveis da Observador mas imagino que os tenham. Nesse contexto não será muito disparatado pensar que obter 1% será a primeira meta.
Em quanto tempo?
Estimo que possam demorar dois anos a atingir esse objetivo (mantendo os emissores atuais).
Se o conseguirem antes será uma prova de sucesso.
Se demorar muito mais talvez tenham de repensar o projeto.
(admito que 1% ainda não viabilizará financeiramente o investimento, mas abre boas portas)

A questão é outra: de onde virá esse 1%?
Honestamente não acredito na captação de novos públicos (gente que não ouve rádio e que passa a ouvir) e também não me parece lógico esses ouvintes virem de rádios musicais.
Mais viável será pensar que poderão roubar 0,5% à TSF, 0,25% à Antena 1 e 0,25% à Renascença (é um exercício especulativo, como se percebe).
É por estas e por outras que a TSF é a que mais atenta deve estar ao que a Observador está a fazer



Thursday, October 10, 2019

Uma (parte da) manhã a ouvir a Observador

- falta informação desportiva (embora a informação desportiva nas rádios portuguesas seja muito fraca, baseada em pessoas que têm opiniões...; é, sem dúvida, possível fazer melhor, sem andar atrás de treinos e declarações vazias);
- apenas ouvi dois anúncios (Santander e Ponto Verde/reciclagem), o que permite ter uma antena arejada  e incluir algumas músicas;
- não há rubricas patrocinadas, nomeadamente daquelas que são abundantes na TSF e com pouco ou nenhum interesse;
- em 2019 não faz qualquer sentido ter rubricas via telefone (ainda por cima com som do 'velho' telefone), muito mais agora que a rádio tem condições para ser ouvida no carro;
- os diálogos parecem estar mais afinados, o que é normal, embora fique várias vezes a sensação de artificialidade;
- as principais notícias são repetidas vezes sem conta, entre as horas, meias horas e quartos de hora (apenas se justifica quando são notícias que têm um grande impacto).

Em resumo, apesar das imperfeições detetadas, a Observador é uma rádio que aposta numa antena 'limpinha' e fácil (muitas rubricas de fait divers, ligeiras, divertidas) de ouvir.
Informação easy listening?



Monday, September 30, 2019

A primeira grelha da TSF pós-Observador

A Observador nasceu há 3 meses, estava a TSF a preparar-se para as férias (um período sempre doloroso para esta rádio, por causa da falta de meios humanos, como se vê pelo que sucede com o Fórum).
A haver uma resposta - e aqui posicionei a Observador claramente como concorrente da TSF - ela teria de ser dada agora, com 'a grelha de setembro', ainda que - neste particular - a cobertura das eleições legislativas altere um pouco o cenário.
A TSF fez algumas alterações e imagino que, pelo menos indiretamente, visem um reforço do produto, tendo em conta a existência de concorrência no mesmo público alvo.
1) Trouxe para a manhã o modelo que existia ao almoço, com um 'líder de antena' (que faz a gestão de alguns espaços e personaliza o espaço), embora não seja muito claro, para o ouvinte, o ganho;
2) Mais importante, tenta trazer mais conteúdos informativos para um espaço que estava 'saturado' com conteúdos patrocinados.
Do meu ponto de vista, se é verdade que esses conteúdos patrocinados, muitos deles com pouco ou nulo interesse para a generalidade dos ouvintes, ajudaram a garantir a subsistência da rádio, não será menos certo que são os responsáveis pela erosão das audiências - não há muitos anos a TSF andava pelos 4% (ver gráfico).
A TSF não vai ter mais jornalistas e dificilmente conseguirá 'comprar' melhores conteúdos. A resposta terá portanto de ser interna, deixando aqui três hipóteses de caminho:
- conseguir transportar os conteúdos patrocinados para outras horas e espalhados pelo dia (em vez da concentração na manhã);
- reabilitação da mais-valia que podem ser os noticiários da meia hora (hoje reduzidos a pouco mais do que títulos);
- mais agressividade editorial e mais rapidez de reação à atualidade;
A Observador observa...





Friday, August 30, 2019

Uma tarde de notícias (poucas)

Tenho estado a ouvir a Observador desde o fim do almoço.
Basicamente são sempre as mesmas notícias, o nível de repetição é muito grande.
Este também é um problema histórico na TSF, mas a TSF apresenta uma vantagem: como tem mais notícias (por regra, os noticiários são maiores), a repetição é menos evidente.

PS - Há conhecimento de vespas asiáticas em todo o país. Imagino que já deixou de ser notícia. Um ninho foi descoberto em Lisboa. A Observador elevou o assunto a manchete.

Monday, July 15, 2019

Domingo, 14 de julho, à tarde

Final do Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins, final de Wimbledon e, uma hora mais tarde, primeiro jogo da seleção sub19 no Europeu de futebol.
Antena 1 com emissão especial.
TSF e Observador com emissão normal.

Duas notas:
- É por estas e por outras que Observador e TSF não ganham ouvintes à Antena 1;
- estamos em período de férias, mas uma tarde como esta (ainda por cima com milhares nos carros, a passear ou vindos da praia) acontece raramente. Tinha sido uma boa ocasião para a Observador se mostrar - sobretudo tendo em conta que, dias antes, fez um especial sobre o jogo João Sousa-Nadal, no mesmo torneio de ténis.

Friday, July 12, 2019

Ganhar ouvintes a quem?

Não acredito que a Observador vá ganhar ouvintes a não ouvintes. Dificilmente, parece-me, a nova rádio conseguirá apanhar quem não houve rádio (ou deixou de ouvir) ou só houve rádios de música.
Restam aqueles que ouvem a TSF, a Antena 1 e a Renascença - o que significa pouco mais de 10%.
Apesar de apresentar um 'produto' que concorre diretamente com a TSF, há pontos de contacto com a Antena 1 e a RR.
Destas três, a TSF parece-me a mais frágil, muito por culpa dos compromissos comerciais transformados em rubricas patrocinadas, de interesse duvidoso para a generalidade dos ouvintes e que passam, muitas vezes, em horário nobre.
A Renascença está em processo de transformação e é uma incógnita, mas quer-me parecer que os seus ouvintes serão um pouco mais velhos do que aqueles que a Observador procura.
Quanto à Antena 1, tem (muito) mais meios e uma programação muito forte. Dificilmente a Anten1 perderá ouvintes.
Outro critério: a rede de emissores.
A Observador parte quase do zero e, dessas três, a única que não é nacional é a TSF (falha a zona sul).
Conseguirá a Observador ter 1% no final do primeiro ano, emitindo em Lisboa e Porto?

Debates em direto da AR: uma oportunidade perdida

A Observador esteve em direto, na semana passada, do Parlamento para transmitir a apresentação do programa de governo. Até aí tudo bem, par...